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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

ANÁLISE DO LIVRO: O SIMBOLISMO DA MAÇONARIA (ALBERT. G. MACKEY) PARTE XI


 

O Livro “O Simbolismo da Maçonaria” foi publicado originalmente em 1882, mas foi escrito em 1869, em Charleston, Carolina do Sul (EUA) por Albert G. Mackey. O livro por ora analisado foi lançado pela editora Universo dos Livros em 2008 e traduzido por Caroline Furukawa.


CAPÍTULO XI: A CIÊNCIA ESPECULATIVA E A ARTE OPERATIVA

A Maçonaria especulativa trabalha uma ciência profunda, estudando a alma e a existência futura, curiosidade comum à humanidade. A Maçonaria Operativa é simplesmente uma arte útil de servir ao homem em seus anseios materiais. Atualmente, a Maçonaria Operativa fornece seu simbolismo à Maçonaria Especulativa.

Na concepção de Mackey, a Maçonaria está principalmente representada pela sua forma Especulativa, o que é sua finalidade máxima. A Maçonaria Operativa deixou apenas sua simbologia para o uso especulativo. Está afirmação de superioridade entre as duas maneiras de fazer Maçonaria é a base da definição de como estudar e entender a Maçonaria: A instituição não está limitada a usos materialistas ou esvaziados de espiritualidade. Esta concepção é a essência da Maçonaria exercida pela composição maçônica do Novo Mundo.

A ciência do simbolismo, utilizado desde os tempos do clero egípcio, servia de ferramenta para a comunicação do conhecimento religioso aos discípulos. Desse modo, era revelado aos iniciados aquilo que era velado aos profanos, ou seja, o deciframento das lições místicas eram feitas por método esotérico. Este uso foi difundido por outras nações pagãs através dos Mistérios antigos para comunicação das doutrinas a fim de preservá-las.

A utilidade e influência dos símbolos para as escolas iniciáticas não estava limita à pedagogia de ensino, a capacidade de velar estes conhecimentos da infâmia profana era uma preocupação nos Mistérios antigos. Mackey nesta argumentação, fazendo referência ao que serviria de supedâneo para a doutrinação pós Templo de Salomão, ou seja, a Maçonaria, defende a discrição iniciática da Ordem maçônica.

O elo de ligação entre a sabedoria de ensino por símbolos do Egito e a pura religião foi Moisés, o escolhido para legislar. De posse desse conhecimento, o libertador hebreu constrói o Tabernáculo, primeiro modelo para o Templo de Jerusalém, utilizando princípios simbólicos como as três divisões elementares do Universo: terra, mar e ar. As divisões externas eram simbolizadas por terra e mar, acessíveis ao homem, mas a terceira divisão, a interior, a dos céus, era o santo dos santos, consagrado a Deus. Cores também eram utilizadas para demarcar simbolicamente o universo contido no Tabernáculo: o branco representava a terra, por causa da produção do linho; o escarlate, o fogo flamejante; violeta, o mar pela alusão à concha com múrex, tinha considerada como especiaria; e o azul, cor do firmamento, do ar. A arca, outro exemplo, era protótipo do barco sagrado dos egípcios que era cerimonializado da mesma maneira, e o Urim e o Tumim era cópia do ornamento utilizado pelo juizado egípcio.

A antiguidade do uso simbólico, seja como método esotérico ou funcionalidade religiosa, é a razão de aceitação por Mackey em sua aplicação reconhecida à Maçonaria. Esta autenticidade histórica e moral fundamenta a práxis maçônica de um modo elevadíssimo a exemplo da disposição mosaica ratificada por orientação bíblica. A mentalidade antiga, nesta comcepção, é supervalorizada como sendo fundamental e isenta de influências contaminadoras por impressões efêmeras ou lisonjeiras do tempo, fadadas à banalidades. O uso do termo “Antigo” legitima por sua originalidade a instituição.

O Templo do Rei Salomão está relacionado ao Tabernáculo de Moisés, modelos para o Templo Maçônico. O sistema maçônico não existia nesta época, mas a união do caráter especulativo e operativo é do momento da construção de Salomão. O sábio rei estimulou a referência simbólicas de coisas materiais para o sentido espiritual, inclusive seus escritos estavam caracterizados por mensagens simbólicas. A exemplo disso, temos Eclesiastes capítulo 12 tão familiar aos maçons modernos pela cerimônia do Terceiro Grau, onde a destruição de uma construção é metáfora para os sacrifícios do corpo humano e enfermidades antepassadas. Este modelo incorpora muito do simbolismo maçônico.

A concretização e afirmação da prática do simbolismo está celebrizada pelo uso no Templo de Salomão, esta é o atestado que legitima o uso na Maçonaria, pois esta forma Loja em um Templo que é considerado o espaço consagrado ao modelo do Templo salomônico. O benfeitor Salomão, antes já mencionado como representante da Maçonaria Pura, não apenas decora o Templo mas consagra seu método nos escritos religiosos que compõe a Bíblia.

A arte operativa maçônica não estava limitada em suas características técnicas ou nomenclaturas de cunho profissional. Não confinados ao materialismo, os maçons operativos, com dedução intelectual  , exerciam estudos correlativos ao que chamamos de Maçonaria Especulativa. A Maçonaria Especulativa é a aplicação científica da consagração religiosa de regras e princípios utilizando linguagem de implementos materiais a favor da veneração a Deus, purificação do coração, e a transmissão dos dogmas de uma filosofia religiosa.

À.G.D.G.A.D.U
E. L. de Mendonça
SALUS SAPIENTIA STABILITAS

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