O Livro “O Simbolismo da
Maçonaria” foi publicado originalmente
em 1882, mas foi escrito em 1869, em Charleston, Carolina do Sul (EUA) por
Albert G. Mackey. O livro por ora analisado foi lançado pela editora Universo
dos Livros em 2008 e traduzido por Caroline Furukawa.
CAPÍTULO XXVI: A LENDA AS ESCADAS
EM ESPIRAL
O ascendente alegórico das
Escadas em Espiral à Câmara do Meio e o pagamento simbólico dos operários está
relacionado à lenda característica do grau de Companheiro, baseado em um
pequeno verso bíblico (1 Rs 6.8). Esta lenda revela que a busca do maçom por
Luz é a ascensão em Maçonaria e ofício do maçom. No grau de Aprendiz também
temos a escada teológica que referencia ao maçom que existe a esfera
superior.
O Aprendiz maçom preparado para
algo superior , tem seus pensamentos purificados a favor da iluminação
mental. O Companheiro maçom tem na Escada em Espiral o símbolo de seu avanço
e desenvolvimento, de forma a testar sua vocação. Os degraus em total de números
ímpares é uma tradição vitruviana e pitagórica que foi adotada pela Maçonaria,
sendo a numerologia dos números ímpares predileta às doutrinas maçônicas. Por
exemplo, o número ímpar dos degraus nas escadas ( Escada de Jacó e Escada em
Espiral) simboliza a ideia de perfeição inerente ao anelo maçônico.
Tábuas de delinear do último século (séc.
XVIII) apresentam os degraus em número de cinco e às vezes sete. No início
deste século (séc. XIX) usavam um número seriado de degraus na Inglaterra dividindo
em três, cinco, sete, nove e onze, este último número foi retirado na união das
duas Grandes Lojas da Inglaterra devido sua explicação sectária. Nos
Estados Unidos, o número era de quinze, divididos em três séries: três, cinco e
sete.
No topo da escada peculiar está o
brilho hieroglífico, emblema da verdade divina. Nos degraus, o maçom
entende que a Maçonaria é produto da civilização e quem mais deu extensão à humanidade.
Toda a evolução humana foi acompanhada da organização dos mistérios
religiosos, sendo nossos sentidos essenciais para a fundação das arquiteturas,
exprimindo a praticidade do aprendizado dos conhecimentos.
O estudo do conhecimento maçônico
está embasado simbolicamente pelas sete artes e ciências liberais, categorizados
nas áreas denominadas de Trívio, compreendendo gramática, retórica e lógica ; e
Quadrívio, com aritmética, geometria, música e astronomia. O Trívio é o domínio
da linguagem e o Quadrívio das leis secretas da natureza. Subir todos os
degraus é receber a total fruição da aprendizagem humana.
Na Maçonaria praticada por
Mackey, sob o Rito Escocês Antigo e Aceito, as Tábuas de delinear não são as de
origem francesa, como são as praticadas atualmente pela Potência Grande Oriente
do Brasil, mas as de origem inglesa. O símbolo das Escadas em Espiral, que neste
caso representa a Tábua inglesa para o grau de Companheiro, representa a ciência
humana apoiada pela Maçonaria.
Os quinze degraus do sistema
americano recompensam o maçom com a verdade de Deus pela purificação das
ideias. Nesta perspectiva trabalha a Maçonaria Especulativa, feita por homens
bons e sábios. A Escada em Espiral é um mito filosófico de detalhes históricos
difíceis mas indiscutivelmente, pela sua tradicional aceitação entre os
maçons do Velho e Novo Mundo, com simbologia e alegorias férteis.
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