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sábado, 5 de dezembro de 2020

JOHAN VALENTIN ANDREA


 

Considerado como um dos fundadores do movimento rosacruz no século XVII, Andrea foi o autor confesso do Terceiro Manifesto Rosacruz, as Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz (1616), na Alemanha. A literatura institucional da Ordem Rosacruz (AMORC) aceita que Johan Valentin Andrea foi um dos padrinhos que participou do Círculo de Tubingen, entendido pela Ordem como sendo um Colégio de rosacruzes.


A fraternidade rosacruz começara na Alemanha, no século XVII, através dos ensinamentos de um personagem lendário, o Christian Rosenkreutz. Este mito fundador começara seus trabalhos ainda no século XV, após estar no Oriente Médio e no norte da África, desenvolvendo seus estudos de medicina e alquimia. A missão de Christian e , posteriormente, seus adeptos era de curar doenças. A longevidade de Christian, que morreu aos 108 anos, demonstrara que era uma pessoa de conhecimentos extraordinários em medicina. Seu túmulo esteve mantido em segredo, sendo descoberto, em 1604, por irmãos rosacruzes. A decisão da confraria seria que era dado o momento de revelar ao mundo os mistérios de Christian e atrair novos crentes à Ordem, sendo o critério do mérito respeitado.

A historicidade do personagem Rosenkreutz ou de que ele tenha sido apenas uma parte de um clico milenar da fraternidade Rosacruz não é escopo deste trabalho, mas para que, de fato, Valentin Andrea seja um patrono do rosacrucianismo é fundamental que ele estivesse convicto de sua crença e que o seu Manifesto ensejasse proselitismo a favor da fraternidade. Além disso, seria ideal que sua convicção estivesse em coerência com sua biografia e demais publicações de sua autoria. Para os autores acadêmicos, o movimento Rosacruz é típico do século XVII por suas propostas e fundo doutrinário, seu fundador é considerado uma lenda peculiar aos movimentos esotéricos que apelam para uma mística fundação.

Os três testamentos constitutivos da fraternidade em sua atualidade são o Fama Faternitatis (1614), o Confessio Fraternitatis (1615) e o Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz (1616), este de autoria de Johan Valentin Andrea que muito tardiamente revela sua participação indicando ainda que seu original era de 1603, talvez a versão de 1616 sofrera alguma modificação mas isso ficou perdido no tempo. De todo modo, o texto não faz nenhum apoio de pertencimento à fraternidade ou qualquer convite para suas aceitação, nem tampouco um cabedal doutrinário. O texto é tão somente uma narrativa baseada na figura de Rosenkreutz utilizando uma linguagem simbólica calcada na alquimia esotérica.

A HERANÇA ESOTÉRICA ALEMÃ NO SÉCULO XVII

A região da Germânia, entre os séculos XII e XVI, ficou conhecida por lendas de cunho esotérico. De acordo com Christopher McIntosh, no seu Os Mistérios da Rosa Cruz, as ordens de cavalaria e as sociedades secretas utilizavam símbolos cristãos e alquímicos de finalidade esotérica e cuja literatura e doutrina e baseada em Cabala, “panteísmo místico”, magia e profecias milenaristas (1987: 34). A lenda de Parzival, de 1190, aprecia elementos característicos que seriam temas para diversas ordens místicas de seu tempo e contemporâneos aos rosacruzes do século XVII. A ideia de fraternidade altruísta composta por cavaleiros abnegados, castelo secreto, emissários masculinos incógnitos, o Graal como sendo a “pedra filosofal” com poderes mágicos e Tinturel, o fundador sublime que invisivelmente comunica-se com os seus adeptos, são elementos em comum para entidades associativas esotéricas, inclusive influenciara os rosacruzes.

Os principais teóricos alemães ocultistas e esotéricos que teriam influenciado na construção do imaginário rosacruz foram Meister (Johanann) Eckart (1260-1327), pensador do panteísmo místico de identificação do homem com Deus; Johannes Reuchlin (1455-1522), um dos maiores cabalistas do mundo, estudioso e teórico das emanas divinas do Tetragrama YHWH; Heinrich Cornelius Agrippa (1486-1533), aclamado por Mc Intosh como “uma das figuras mais influentes da história do ocultismo”, cabalista, difusor do simbolismo dos números, da magia natural e dos nomes divino; Teophrastus Bombastus von Hohenheim ou Paracelso (1493- 1541), médico, filósofo do ocultismo e teórico do microcosmo, a qual os planetas e o zodíaco ou o macrocosmo interferiam no microcosmo, que seria o homem e a natureza.

Estes teóricos influenciaram todo o continente, mas era nas terras que faziam parte do Sacro Império alemão que ecoaram com mais popularidade. A divisão em pequenos reinos ou principados e com pouca atuação da aliança entre Rei e Igreja, fazia com que estas teorias germinassem com mais facilidade e fossem difundidas. A predileção dos alemães por estes temas estaria normatizado por esta tradição de boa aceitação ao esoterismo e misticismo.

As convulsões sociais na Alemanha eram também comuns , além das rebeliões contra a Igreja por sua irresponsabilidade social ou por falhas na doutrinação, entendidas como parte dos malefícios que apavoraram a população. A teoria teleológica de Joaquim de Fiori (1135-1202) fora redescoberta para ser uma das possibilidades de interpretação daquele ambiente inquietante. Joaquim era um monge cisterciense italiano, mas suas ideias fizeram sucesso no norte da Europa por serem recheadas de misticismo. A fama de Joaquim de Fiori estava nas cortes dos reis e principados, como por exemplo sua participação na corte de Ricardo I coração de leão (1157-1199), rei inglês cruzadista, demonstrando uma tradição de coroas inglesas que não hesitarão em cultivar o esoterismo em suas cortes. A função de Joaquim era de conselheiro do rei por sua fama de profeta , de fato predizia que a história era dividida em três fases : A Era do Pai, o Velho Testamento; a Era do Filho, o Novo Testamento; e a iminente Era do Espírito Santo, o Evangelho Eterno. A mudança de uma Era a outra era anunciada por dois fatores: crises e a aparição de um novo Elias. Desse modo, o Antigo Testamento foi demarcado pelo profeta Elias, o Novo Testamento por João Batista, o Elias que retornou, e o próximo Elias estava por aparecer em meio a uma pregação de que a sociedade deveria ser ajustada de acordo com a fraternidade monástica de alta espiritualidade. Na Alemanha, o principal defensor da teoria foi Julius Sperber (1540-1616), que de acordo com Eric Sablé, no Dicionário dos Rosacruzes, anunciou que em 1596 se dera o aparecimento do novo Elias e se descortinava a Era do Espírito Santo. No seu “Livro dos Milagres”, Sperber especula que a Reforma de Lutero (1517) prenunciaria um “Nova Reforma” baseada no saber de Adão que estava depositado entre os esotéricos europeus que o receberam dos egípcios, caldeus, o apóstolo João , profetas e patriarcas, dentre estes sábios europeus estavam Paracelso e Heinrich Cornelius Agrippa. O maior projeto de Sperber era criar um Colégio de Sábios para estudar este conhecimento adâmico e fazer preces. Suas ideias foram muito bem aceitas por "rosacruzes" como o inglês Robert Fludd (1574-1637), da corte de Jaime I, e os alemães Michael Maier (1568-1622), também influente na corte de Jaime I por seu genro Frederico V, e Tobias Hess (1586-1614), um dos principais “suspeitos” da redação dos Manifestos Fama e Confessio, publicados em 1614 e 1615, as ideias de Sperber foram publicadas em 1615 em meio das publicações dos manifestos rosacruzes (2006:278).

A tensão religiosa na Alemanha, causada por conflitos decorrentes da Reforma Protestante que trazia consigo conflitos políticos, foi amenizada com a Paz de Augsburgo, em 1555, ocasião de um acordo entre os soberanos católicos e protestantes de não interferência entre seus domínios por motivos religiosos e políticos ; e entre os protestantes, luteranos e calvinistas, esta delimitação de crença e territórios foi estabelecida com o Livro de Concórdia, de 1580, que destacou a figura de Jacob Andrea, avô de Valentin Andrea, que o conferiu uma respeitabilidade entre os meios luteranos na Alemanha.

JOHAN VALENTIN ANDREA E O CÍRCULO DE TUBINGEN

A família Andrea, após o Livro de Concórdia (1580), teve em seu patriarca Jacob, o “Lutero de Wurtemberg”, uma popularidade que os identificava como defensores do protestantismo luterano na Alemanha. O filho de Jacob, Johan Andrea, também era pastor com predileções à alquimia. Neste contexto, nasce Johan Valentin Andrea, em 1586, que ampliou sua dedicação para além da teologia e a alquimia. Diante de uma crítica lançada contra um conselheiro do duque de Wurtemberg, em 1607, Valentin se retira da cidade de Tubingen, onde a família morava e ele estudava, e conhece outros países, incluindo a Itália, terra de autores como Joaquim de Fiori e Tomaso Campanella.

No ano de 1608, de volta a Tubingen, no Wurtemberg, sofre de uma febre impertinente mas é curado pela medicina paracelcista de Tobias Hess se tornando grandes amigos. A amizade entre os dois faz Valentin Andrea conhecer melhor as ideias de Joaquim de Fiori e Julius Sperber, autores defendidos por Hess. Além destes profetas, é sabido que o amigo de Valentin também era afinado com as profecias de Simon Studion ( 1543-1605), também alemão, nascido em Urach, no Wurtemburg, mestre em Tubingen e autor do Naometria, o qual defendia que o início da Era do Espírito Santo seria entre 1560 e 1590 e que os Cruci Signati fariam a nova “Reforma”, para Sablé esta ideia prefigurou os rosacruzes em Valentin Andrea e Tobias Hess (2006: 81). Para compor os estudos foi importante a participação de Christopher Besold (1577-1638) que compôs ao grupo as ideias de Cabala, Meinster Eckart, da tradição panteísta, e a teoria social de Campanella. A influência deste autor fez com que o grupo se denominasse “sociedade do sol”.

O dominicano Tomaso Campanella (1568-1639) lançou o livro “Cidade do Sol” em 1602 e, de acordo com Sablé, era paracelcista, agitador político e ferrenho crítico da sociedade feudal e por isso foi condenado pela Inquisição em 1598; para Hilton Japiassú e Danilo Marcondes, no Dicionário de Filosofia, Campanella era um pretenso “reformador do mundo” que igualava a Bíblia ao “Livro da Natureza” e que o Papa deveria assumir o trono na “monarquia universal”, o controle da sociedade seguiria o modelo do sistema solar o qual interferia, pela posição astral, de modo concernente os indivíduos em sociedade (1006:37-38). Campanella era o representante teórico da nova sociedade, baseada em esoterismo, defendida pelos estudiosos alemães.

O Círculo de Tubingen, ou “sociedade do sol”, como ficou conhecido a união entre os estudiosos começara em 1613, de acordo com Sablé (2006:22); mas para Christian Rebisse, no livro Rosa Cruz História e Mistérios, o Círculo se reunira desde 1608 (2012:110), ambos autores concordam, inobstante, que o interesse dos sábios eram desenvolver estudos sobre Cabala, alquimia, mística cristã e fazer a “nova reforma”. Convencionalmente, o Círculo de Tubingen é o responsável pela idealização dos Manifestos rosacruzes, os dois primeiros permaneceram no anonimato e o terceiro, o “Bodas Alquímicas”, foi assumido por Valentin Andrea muito tempo depois da data de seu lançamento em 1616 e quando o autor estava conhecido por suas publicações luteranas.

JOHAN VALENTIN ANDREA E O BODAS ALQUÍMICAS DE CHRISTIAN ROSENKREUTZ

A obra de Valentin Andrea é uma narrativa ficcional que relata uma aventura de Christian em 1459 quando recebeu um convite de um anjo para um casamento. Sua decisão se dá após um sonho no qual está num fundo de poço como estivesse em cativeiro, seu resgate acontece após uma corda ser lançada por sete vezes. Motivado por esta revelação, o personagem vai ao casamento munido com quatro rosas, um cinto vermelho, veste de linho branca, pão, sal e água. Durante o crepúsculo, chega ao Castelo, local misterioso e de difícil acesso, mas para entrar decifra um enigma que é a palavra alquimia e sobre uma escada com trezentos e sessenta e cinco degraus. Por fim, encontra três casais que são decapitados por um carrasco turco, que também é executado. Suas cabeças são transformadas em ovo e deste se transforma em um pássaro negro e evolui para um pavão que se torna em cinzas que formam o rei e a rainha para o casamento.

São estes alguns elementos do Terceiro Manifesto, seus intérpretes o tem como uma comédia (Sablé) e outros como dissertação mística (McIntosh). A pedra dourada que Christian recebe, o fazendo “Cavaleiro da Pedra Dourada”, é uma referência ao Graal do Parzival, não apenas por aludir ao conto de cavalaria mas por ter uma finalidade mística tal qual o mito do herói Tinturel.

O estilo literário que caracterizava Valentin Andrea era o de que o mundo era superior ao homem e para este o superar deveria mortificar-se e regenerar-se para conhecer uma “terra nova” (2006:21-24). Essa ideia de inimizade com o mundo e a regeneração humana não é muito diferente da doutrina reformada. A sua carreira literária era de cunho evidentemente cristão conservador e diferente dos propósitos que marcaram a tradição Rosacruz, por exemplo esoterismo, astrologia, paracelcismo. O “Hércules Cristão” foi lançado 1615, defendendo o renascimento para Cristo e uma reforma social baseada na caridade; esta ideia é aprofundada em “Cristianóplis”, de 1619, com a cidade ideal, republicana, governada por senadores sábios e piedosos, seus chefes seriam escolhidos para exercer um modelo de governança hierarquizada que seria modelo da sociedade. Nada, nestas obras, faz referências à fraternidade Rosacruz. Não obstante, em 1617, no seu “Menippus” desfere um ataque chamando a fraternidade de ludibrium, que na linguagem comum seria uma zombaria 
2012:112) e em 1619, no “Turris Babel”, uma comédia, ele ataca novamente a “ficção rosacruciana”, considerando-a uma pseudo fraternidade. Na sua autobiografia, Vita ab Ipso Conscripta, lançada apenas em 1849, há admissão de que “Bodas Alquímicas” fora uma produção juvenil. De acordo com McInstosh, outra versão de 1603-1605 havia sido feita, mas se perdeu com o tempo. Talvez Christian Rosenkreutz fora incluído na versão revisada de 1616, ou seja, tardiamente (1987:48).

JOHAN VALENTIN ANDREA E A FRATERNIDADE ROSACRUZ

O autor Gottfried Arnold, em 1699, na obra História da Igreja e dos Heréticos, deu a Valentin Andrea o título de fundador do rosacrucianismo e idealizador autoral dos três manifestos. Para Christian Rebisse, Tobias Hess e Valentin Andrea “foram fundamentais” para a elaboração dos textos, mas este recua diante da escolha entre ser uma das lideranças da fraternidade ou ter uma carreira prestigiosa na igreja luterana, a exemplo do seu pai e avô (2012: 113-114). De acordo com Jean-François Signer e Renaud Thomazo, no Sociedades Secretas VOL II, os manifestos foram feitos pelo “Círculo de Tubingen”, sendo Valentin Andrea o destaque do grupo (2011: 108). Na interpretação de Eric Sablé, um pouco mais radical, Valentin Andrea não era fundador, co-fundador e sequer apoiador do movimento que, no entanto, existia. A sua argumentação está baseada nos ataques que Valentin Andrea desferiu contra a fraternidade Rosacruz de modo contundente em “Hércules Cristão”, denominando-a de “brincadeira” e a escarnecendo como “uma certa fraternidade rosácea”, e em “Turris Babel” ridicularizou os manifestou como “ficção rosacruciana”. O estilo literário do luterano era desafinado com o esoterismo clássico alemão, exceto pelo “Bodas Alquímicas” mas que foi rejeitado pelo autor como sendo uma literatura ficcional. Inclusive, para Sablé, a interpretação para o lançamento da obra, anônima, seria a de caçoar com a Rosacruz em 1616 e não de fazer parte de sua construção (2006:23, 295). De fato, o Terceiro Manifesto não faz nenhuma propaganda proselitista a favor da Rosacruz, diferente do Fama e do Confessio que traz uma proposta coerente de alistar novos irmãos.

Para Cristopher McIntosh, Valentin Andrea pode ser considerado o idealizador do movimento mas a fraternidade não existiu, e se existiu não foi além da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), período de forte perseguição religiosa. A falta de documentação de associados ou da instituição como tal não ajuda para dar razão a sua existência histórica. Muitos ditos “rosacruzes” da época eram apenas entusiastas da ideia e não filiados. A sociedade secreta talvez tenha dificultado ao máximo qualquer meio documental, por isso eram chamados de “invisíveis”, mas do mesmo modo não há como afirmar que Robert Fludd, por exemplo, era Rosacruz ou se apenas um aficionado pela ideia ou do compilado de ideias atribuídos à fraternidade.O nome Rosacruz seria referência simbólica a Rosenkreutz, o herói dos manifestos. Este símbolo, no entanto, fora criado por Valentin Andrea a partir do brasão de seu avô, que havia quatro rosas e a cruz de santo André ao centro, que era muito parecida ao de Lutero, a qual havia uma rosa com uma cruz ao meio. O nome Christian é referencia a cristão. A predileção de Valentin Andrea a fraternidades não era estranho ao seu meio, ele participou da Sociedade Frutificadora , em 1617, denominada depois de Ordem da Palmeira, mas que era de cunho literário e de convenção social, sem aparente envolvimento com esoterismo.O anonimato do “Bodas Alquímicas” seria para esvaziar qualquer veracidade ao texto,o “Turris Babel”, ainda de acordo com McIntosh, foi lançado em 1619 para descontruir o “Terceiro Manifesto” e criticar a fraternidade. Outros autores, como John Warwick, acreditam que os Manifestos Fama e Consfessio foram escritos por Tobias Hess e que o Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz foi feito por Valentin Andrea para cristianizar o personagem (1987: 46-54).

A fraternidade Rosacruz, no século XVII, não está resumida em Valentin Andrea. Outros nomes são analisados pelos pesquisadores, o que não está em dúvida é que o pastor luterano foi uma figura de referência para o rosacrucianismo e sua exposição ao mundo. A sua amizade com personalidades afeitas ao esoterismo o credencia para ser um dos patronos da Rosacruz e objeto de estudo e até certa reverência ao seu nome nas entidades que se afirmam rosacruzes. Independente de suas intenções para com a Rosacruz, Johan Valentin Andrea é universalmente conhecido por ser o autor do Terceiro Manifesto da fraternidade Rosacruz.

CONCLUSÃO

A literatura Rosacruz, principalmente da AMORC, considera Johan Valentin Andrea como um rosacruz que participou do Colégio de rosacruzes em Tubingen (Glossário, 2015:186). A imagem construída de Valentin Andrea nos meios rosacruzes é de que ele foi um destacado rosacruz e por isso um dos patronos do movimento. O Valentin Andrea luterano ou crítico a fraternidade não o faz imerecido de receber a homenagem de estar associado ao rosacrucianismo mundial. 

No discurso e na literatura institucional Rosacruz, Valentin Andrea não era o fundador da fraternidade. O anonimato dos dois primeiros Manifestos reforçam o argumento de que algo já existia antes daquele momento em Tubingen e que os estudiosos estavam tentando salvar a humanidade imbuídos na ideia de reforma urgente para um novo tempo, o qual a Reforma de Lutero não fez efeito benéfico.A responsabilidade estava com a fraternidade Rosacruz que revelava ao mundo a “tradição primordial”. A proposta era de dar novas interpretações e soluções para os problemas do mundo.

A amizade de Valentin Andrea com esotéricos, sua predileção a alquimia e medicina paracelciana talvez tenha esfriado com a morte de Tobias Hess, a quem fez uma oração de condolências discursando fazendo alusão entre as palavras Hess e Fama (2006:148) e a temeridade de perseguições políticas o tenham decidido abandonar a fraternidade rosacruciana.
Saudações nas Três Pontas do Triângulo Sagrado
Emanoel L. de Mendonça Jr 
Salutem Punctis Trianguli

BIBLIOGRAFIA

BERNI, Luís Eduardo (org). Glossário de termos e conceitos da tradição rosacruz da AMORC. 2 ed. Curitiba: Grande Loja da jurisdição de língua portuguesa, 2015.

JAPIASSÚ, H; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 4 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed, 2006.

SABLÉ, Erik. Dicionário dos Rosa-Cruzes. Tradução de Renata Maria Parreira Cordeiro. São Paulo: Madras, 2006.

SIGNER, Jean- François; THOMAZO, Renaud. Sociedades secretas Vol II. Tradução Ciro Mioranza. São Paulo: Larousse, 2011.

MCINTOSH, Christopher. Os mistérios da Rosa-Cruz. Tradução de Ayudano Arruda. São Paulo: IBRASA,1987.

SITES

https://scribatus.wordpress.com/2011/06/21/a-aventura-rosacruz/ (data de acesso 05/12/2020)

http://www.rosacruzpt.org/revistarosacruz/tema/hist/percursor_medieval_joao_valentim_andreae.html ( data de acesso 05/12/2020)

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