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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

ANÁLISE DO LIVRO: O SIMBOLISMO DA MAÇONARIA ( ALBERT G. MACKEY) PARTE XVI

 

O Livro “O Simbolismo da Maçonaria”  foi publicado originalmente em 1882, mas foi escrito em 1869, em Charleston, Carolina do Sul (EUA) por Albert G. Mackey. O livro por ora analisado foi lançado pela editora Universo dos Livros em 2008 e traduzido por Caroline Furukawa.

CAPÍTULO XVI: A COBERTURA DA LOJA

A cobertura da Loja simboliza a ideia de que o Templo é o mundo ou o universo. O teto está representado pelos céus, sugerido pela escada teológica mística que liga o andar térreo ao sideral. A famosa escada de Jacó, inclusive, supostamente estava consistindo de voltas ou degraus. Nos Mistérios de Mitra sete degraus de uma escada alta eram dedicados aos planetas e tipificados por metais e astros. Os degraus eram por ordem crescente: Saturno-chumbo, Vênus-estanho, Júpiter-latão, Mercúrio-ferro, Marte-mistura de metais, Lua-prata e Sol-ouro.

Nos Mistérios de Brahma, a escada de sete degraus aludia ao universo composto pelos mundos inferior-Terra, Reexistência, Céu, Intermediário, Nascimentos, Mansão dos abençoados e o sétimo era o mundo Esfera da Verdade, residência de Brahma ou do Sol. Este setenário prevaleceu no mundo antigo. Sagrado entre os Hebreus, o sete é parte importante dos seus ritos e doutrina: O mundo foi aperfeiçoado em sete dias, sete sacerdotes com sete trombetas circularam as muralhas de Jericó por sete dias, Noé recebeu o aviso do Dilúvio com sete dias de antecedência e foi acompanhado por sete pessoas, sete meses ficou a Arca no Monte Ararat e Salomão ficou sete anos esperando a conclusão do Templo. Entre os gentis, a exemplo de Pitágoras, que considerava o sete número venerável , a divisão do tempo foi em sete dias na semana.

Na Maçonaria praticada pelo R.E.A.A, o teto recebe uma decoração do espaço devido a representatividade do Templo em ser o Universo. A cobertura recebe esta simbologia baseada na doutrina maçônica da “Escada de Jacó” que é a ligação entre os termos terrenos e os termos celestes. O autor fundamenta que esta forma imagética esta associada ao conceito de evolução ou ascensão do imanente ao transcendente. Este arquétipo de evolução ao “mundo” extraterreno ou às coisas que estão além do que é alcançado materialmente está em todas as culturas que associam a interação da Terra, como parte do Universo, como etapa de alcance ao topo do espaço sideral. Como os astros conhecidos eram em número de sete, esta associação se torna modelo daquilo que foi estabelecido como sendo símbolo da ação do Criador. Elementos, planetas e mundos são criados e simbolizados pelo setenário. A ideia setenária, no arcabouço místico e doutrinário dos Hebreus, está relacionado a Criação, sua Renovação e Preservação.

A escada maçônica sempre teve sete degraus correspondendo a Temperança, Coragem, Prudência, Justiça, Fé, Esperança e Caridade. Este ultimo degrau é meta da Maçonaria comparado ao sol no sistema sideral. O simbolismo maçônico é estritamente compatível com o verdadeiro sentimento religioso da Maçonaria.

O símbolo da Escada de Jacó para a Maçonaria, para o R.E.A.A praticado nos E.U.A e que recebe  atenção de Mackey, possui sete degraus que representam virtudes, quatro delas são as chamadas cardeais e três são as teologais. As virtudes cardeais são demonstradas pela filosofia platônica de A República, as virtudes fundamentais ou cardeais da moral do homem em sociedade. As virtudes teologais está relacionada a religiosidade do homem, sua interação com Deus, estas são as que levam o homem ao topo da Criação.

À.G.D.G.A.D.U
E. L. de Mendonça
SALUS SAPIENTIA STABILITAS

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