ANÁLISE DO LIVRO: O SIMBOLISMO DA MAÇONARIA (ALBERT G. MACKEY) PARTE XV

 

O Livro “O Simbolismo da Maçonaria”  foi publicado originalmente em 1882, mas foi escrito em 1869, em Charleston, Carolina do Sul (EUA) por Albert G. Mackey. O livro por ora analisado foi lançado pela editora Universo dos Livros em 2008 e traduzido por Caroline Furukawa.

CAPÍTULO XV: O PONTO DENTRO DO CÍRCULO

O símbolo do ponto dentro do círculo tem uma explicação exotérica de que o ponto é o maçom e o círculo a obrigação com Deus e o homem, as paralelas são os padrinhos São João Batista e São João Evangelista. No entanto, antigamente a interpretação era de que o círculo era o ciclo reprodutivo da natureza e o ponto era o sol, a ampliação deste símbolo ao modo especulativo interpreta que o ponto seja o sol o círculo o universo.

O símbolo do círculo com as paralelas é parte do Painel de Aprendiz Maçom adotado pela Loja de Mackey, isso explica o interesse em fazer o comentário deste símbolo. A explicação esotérica relacionada às ideias antigas é de que a natureza esteja simbolizada sendo o astro solar o protagonista e motivação. O Sol, em sua circulação, representa o “ciclo reprodutivo da natureza” e de outra feita representa o centro do universo.

O sol como centro do universo era uma idealização entre os antigos esotéricos. O formato do círculo era utilizado nas cavernas-templo indianas com inscrições zodiacais sobre o ele. Na Maçonaria, o sol alude ao Mestre da Loja e esta é universo ou o ponto é o símbolo do mesmo sol e o círculo do universo. As duas paralelas são os signos zodiacais de Câncer e Capricórnio, astronomicamente distintos como o solstício de verão e de inverno. O sol circula pela Loja e é pontilhado pelos limites dos extremos norte e sul ou pontos solsticiais de Câncer e Capricórnio. Os dias relacionados são de 21 de junho e 22 de dezembro e isto estabelece sua aplicação subsequente aos dois São João, cujos aniversários foram situados pela Igreja próximos a estes dias.

A explicação para Mackey do símbolo do Ponto dentro do círculo e as Paralelas possui duas vertentes, a exotérica e a esotérica. A exotérica é a mais difundida, o homem é o ponto e o círculo sendo a onipotência de Deus. As Paralelas são os padroeiros anunciadores desta prevalência divina sobre o homem. Esta intepretação não é descartada, não seria a hermenêutica correta para os escritos do autor. O que está sendo comentado aqui é que nos Mistérios antigos este símbolo já existia e esotericamente representa a prevalência do sol na natureza e no universo. A práxis maçônica a respeito à reverencia  ao sol é comum ao R.E.A.A e o autor não se furta em fazer a exegese de um símbolo de destaque na tradição maçônica celebrado em Loja. A apropriação maçônica desta antiga referência ao domínio solar a deu contornos cristãos e está de acordo com a simbologia do Templo escocesista e sua interpretação teísta de sistematização do universo.

À.G.D.G.A.D.U

E. L. de Mendonça∴

SALUS SAPIENTIA STABILITAS