O Livro “O Simbolismo da
Maçonaria” foi publicado originalmente
em 1882, mas foi escrito em 1869, em Charleston, Carolina do Sul (EUA) por
Albert G. Mackey. O livro por ora analisado foi lançado pela editora Universo
dos Livros em 2008 e traduzido por Caroline Furukawa.
CAPÍTULO XXX: A PEDRA DE FUNDAÇÃO
A Pedra de Fundação é um símbolo
citado em lendas judaicas, talmúdicas e maometanas. Na Maçonaria também se usa
este símbolo, principalmente nos graus superiores, intimamente relacionado à
construção do Templo de Salomão. Esta Pedra, na ritualística maçônica, não deve
ser confundida com a Pedra Angular, com a Pedra Fundamental do
Mestre da Marca, tampouco a Pedra Cúbica (do Companheiro), que possui o mesmo
formato, mas com significado diferente.
A Pedra de Fundação é um mito
filosófico que possui um belo simbolismo. Esta Pedra, seria utilizada no
alicerce do Templo de Salomão e colocada no Santo dos Santos na ocasião da
construção do Segundo Templo por Zerubabel (ou Zorobabel). A Pedra era um cubo
perfeito com a inscrição do Nome Inefável dentro de um Delta.
Para os talmudistas, esta é a pedra que Jeová utilizou na fundação do mundo e
que Enoque dizia sustentar os extremos da terra. No livro bíblico de Jó,
Deus afirma ter usado a pedra fundamental (ou angular) na construção do mundo
(Jó 38.4-7).
O livro talmúdico Toldoth
Jeshu , ensina que a Pedra de Fundação foi encontrada por Davi (sic) nas escavações
para o Templo, sendo removida e colocada no Santo dos Santos. Uma das lendas maçônica,
diz que a Pedra de Fundação era um altar para Adão no Jardim do Éden, com sua
expulsão ele a levou consigo. A pedra foi herdada por Set, chegando até Noé que
a colocou na Arca. Após o Dilúvio, Noé enterra a pedra no Monte Ararat para
depois Abraão a desenterrar e fazer um altar de sacrifício. Jacó herda a pedra
e foi com ela, sendo seu travesseiro, que teve a visão da Escada com anjos. Do
Egito, Moisés leva a pedra, no Êxodo, para Jerusalém. Esta pedra ainda
peregrinara para Espanha, Irlanda e Escócia, onde se tornara trono dos reis. Outra
lenda maçônica, a mais aceita, é a de que Enoque consagrou a Pedra de Fundação.
Com inspiração do Altíssimo, Enoque construiu um Templo subterrâneo no
Monte Moriá para dedicação a Deus. Nesta construção, o patriarca colocou uma
pedra cúbica forrada por uma tábua entalhada com o Nome Inefável. Esta
edificação foi encontrada por Salomão nas escavações para a construção do
Templo. No livro Tratado sobre a construção do Templo, Maimônides
defende que a Pedra de Fundação estava no Santo dos Santos, ao lado de um pote
com Maná, o cajado de Aarão e óleo de unção.
Os maçons do Arco Real e os dos
XXI grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, entendem que a Pedra de Fundação é o local
de descanso do delta sagrado. O Tetragramaton inscrito na pedra é o que
incrementa o símbolo. Cerimoniais tradicionais fúnebres ou de adoração a deuses
também utilizavam pedras no oriente. Os árabes da religião maometana veneram a
pedra preta Hadjar el Aswad no canto sudoeste da Kaaba em Meca. A durabilidade
da pedra é a qualidade associada aos dotes corroborativos dos deuses.
A pedra maçônica está santificada pelo uso do símbolo
do Grande Arquiteto e consagrada à adoração do verdadeiro Deus. A ideia
de divindade no sistema maçônico é o que os árabes chamariam de Al Gabil, o
Construtor, que intitulamos de Grande Arquiteto do Universo, quem com que a
Pedra de Fundação erigiu seu mundo. A explicação dos dois Templos em
Maçonaria, o material e espiritual, faz deste símbolo o segredo guardado no
primeiro que ajudará na edificação do outro.
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