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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

ANÁLISE DO LIVRO: O SIMBOLISMO DA MAÇONARIA VOL.II ( ALBERT G. MACKEY ) PARTE XXX


 

O Livro “O Simbolismo da Maçonaria”  foi publicado originalmente em 1882, mas foi escrito em 1869, em Charleston, Carolina do Sul (EUA) por Albert G. Mackey. O livro por ora analisado foi lançado pela editora Universo dos Livros em 2008 e traduzido por Caroline Furukawa.

CAPÍTULO XXX: A PEDRA DE FUNDAÇÃO

A Pedra de Fundação é um símbolo citado em lendas judaicas, talmúdicas e maometanas. Na Maçonaria também se usa este símbolo, principalmente nos graus superiores, intimamente relacionado à construção do Templo de Salomão. Esta Pedra, na ritualística maçônica, não deve ser confundida com a Pedra Angular, com a Pedra Fundamental do Mestre da Marca, tampouco a Pedra Cúbica (do Companheiro), que possui o mesmo formato, mas com significado diferente.

A Pedra de Fundação é um mito filosófico que possui um belo simbolismo. Esta Pedra, seria utilizada no alicerce do Templo de Salomão e colocada no Santo dos Santos na ocasião da construção do Segundo Templo por Zerubabel (ou Zorobabel). A Pedra era um cubo perfeito com a inscrição do Nome Inefável dentro de um Delta. Para os talmudistas, esta é a pedra que Jeová utilizou na fundação do mundo e que Enoque dizia sustentar os extremos da terra. No livro bíblico de Jó, Deus afirma ter usado a pedra fundamental (ou angular) na construção do mundo (Jó 38.4-7).

O livro talmúdico Toldoth Jeshu , ensina que a Pedra de Fundação foi encontrada por Davi (sic) nas escavações para o Templo, sendo removida e colocada no Santo dos Santos. Uma das lendas maçônica, diz que a Pedra de Fundação era um altar para Adão no Jardim do Éden, com sua expulsão ele a levou consigo. A pedra foi herdada por Set, chegando até Noé que a colocou na Arca. Após o Dilúvio, Noé enterra a pedra no Monte Ararat para depois Abraão a desenterrar e fazer um altar de sacrifício. Jacó herda a pedra e foi com ela, sendo seu travesseiro, que teve a visão da Escada com anjos. Do Egito, Moisés leva a pedra, no Êxodo, para Jerusalém. Esta pedra ainda peregrinara para Espanha, Irlanda e Escócia, onde se tornara trono dos reis. Outra lenda maçônica, a mais aceita, é a de que Enoque consagrou a Pedra de Fundação. Com inspiração do Altíssimo, Enoque construiu um Templo subterrâneo no Monte Moriá para dedicação a Deus. Nesta construção, o patriarca colocou uma pedra cúbica forrada por uma tábua entalhada com o Nome Inefável. Esta edificação foi encontrada por Salomão nas escavações para a construção do Templo. No livro Tratado sobre a construção do Templo, Maimônides defende que a Pedra de Fundação estava no Santo dos Santos, ao lado de um pote com Maná, o cajado de Aarão e óleo de unção.

Os maçons do Arco Real e os dos XXI grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, entendem que a Pedra de Fundação é o local de descanso do delta sagrado. O Tetragramaton inscrito na pedra é o que incrementa o símbolo. Cerimoniais tradicionais fúnebres ou de adoração a deuses também utilizavam pedras no oriente. Os árabes da religião maometana veneram a pedra preta Hadjar el Aswad no canto sudoeste da Kaaba em Meca. A durabilidade da pedra é a qualidade associada aos dotes corroborativos dos deuses.

A pedra  maçônica está santificada pelo uso do símbolo do Grande Arquiteto e consagrada à adoração do verdadeiro Deus. A ideia de divindade no sistema maçônico é o que os árabes chamariam de Al Gabil, o Construtor, que intitulamos de Grande Arquiteto do Universo, quem com que a Pedra de Fundação erigiu seu mundo. A explicação dos dois Templos em Maçonaria, o material e espiritual, faz deste símbolo o segredo guardado no primeiro que ajudará na edificação do outro.

À.G.D.G.A.D.U
E. L. de Mendonça
SALUS SAPIENTIA STABILITAS

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