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sábado, 26 de dezembro de 2020

ANÁLISE DO LIVRO: O SIMBOLISMO DA MAÇONARIA (ALBERT G. MACKEY) PARTE IV


O Livro “O Simbolismo da Maçonaria” foi publicado originalmente em 1882, mas foi escrito em 1869, em Charleston, Carolina do Sul (EUA) por Albert G. Mackey. O livro por ora analisado foi lançado pela editora Universo dos Livros em 2008 e traduzido por Caroline Furukawa.

CAPÍTULO IV: A MAÇONARIA ESPÚRIA DA ANTIGUIDADE


A revelação das verdades inestimáveis do ancestral em comum antediluviano foi guardada e promulgada por Noé. O Politeísmo, nos poucos oásis de verdade, seja na Grécia ou no Egito, incluindo Roma, não acreditavam que a alma fosse condenada a uma aniquilação total. As doutrinas de conhecimento de uma Providência suprema eram praticadas ocultamente pois o status quo era o da superstição e idolatria. Desafiar o establishment pagão era “insulto aos deuses”, a exemplo de Sócrates que era considerado um inconveniente para os líderes gregos.

Mackey oferece uma explicação dos motivos pelo qual a “verdade inestimável” ficou restrita ao método esotérico. Eram poucos os que conheciam as doutrinas antediluvianas praticadas por Set e descendência. No contexto politeísta, a população estava mal educada pelos líderes supersticiosos que perseguiam qualquer contrariedade à suas crenças.

As instituições religiosas peculiares a favor da defesa de suas doutrinas e no preparo de suas fileiras adequadamente utilizavam cerimônias preparatórias, chamadas Iniciação. Desse modo, as Escolas de Mistérios estão conectadas com a instituição Maçonaria pela conceituação de assembleias místicas. Os Mistérios eram dedicados a adoração de deuses ou a uma divulgação da doutrina secretamente diferenciando do sistema público de adoração. Na Grécia, com Deméter, no Egito, com Osíris, na Samotrácia, com os deuses Cabiri, eram exemplos das escolas que ensinavam atributos da divindade suprema tais como indivisibilidade do espírito e a alma emanação da essência divina e eterna.

Na linha de raciocínio defendido por Mackey, os costumes pagãos, suscitados pela dissociação entre os noaquitas por causa da Torre de Babel, não eram capazes de evitar que a verdade prevalecesse de alguma maneira entre as sociedades civilizadas. As dificuldades que encontravam eram suplantadas pela organização das Escolas de Mistério que, ainda sob a influência da Maçonaria Espúria, estavam filosoficamente em conciliação com a doutrina da unidade divina e da imortalidade da alma. Este era um prelúdio, como se perceberá, para a união das duas Maçonarias por ocasião da construção do Templo. As “assembleias místicas” herdaram à instituição Maçonaria esta finalidade em mirar a verdade.

O sistema iniciático recebeu elogios de mentes como Platão, que a tinha como um aperfeiçoamento para a alma. Platônicos como Thomas Taylor interpretava a Iniciação como uma maneira de dar felicidade para a alma através da purificação do seu desgaste material; de acordo com Creuzer, a natureza das Iniciações era comunicar aos preparados as doutrinas de um Deus único e eterno, e o destino do universo e do Homem. Nos Mistérios, como na Maçonaria, era o Hierofante ou Mestre da Loja que proferia a palestra mística ou discurso sobre alguns assuntos morais. Para Faber, o ritual da descida mítica ao Hades, para dali retonar à Luz do dia, simboliza tradições familiares a Noé. Todos os rituais de restauração discutem verdades como a imortalidade da alma. Comparado com o cerimonial de Mestre Maçom no ritual iniciático a lamentação acabava em alegria. Havia túmulo, a descoberta do que estava perdido, uma lenda e uma revelação mítica. O esforço para entendimento destes Mistérios era o escopo da Maçonaria Espúria da Antiguidade.

A hipótese de Mackey em sua teoria da Maçonaria Espúria da antiguidade faz referência aos motivos da Escolas Mistérios serem as responsáveis indiretas pela “restauração” da “verdade inestimável” no meio pagão. O sistema esotérico ajudou a preservar o ensino das intervenções opressoras públicas e concebeu uma melhor preparação favorável a perpetuação do ensino e a regeneração do indivíduo pela prática da Iniciação. Estas escolas eram a aspiração da Maçonaria Espúria corrompida a unir-se com a Maçonaria Pura. 
À.G.D.G.A.D.U
E. L. de Mendonça
SALUS SAPIENTIA STABILITAS


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